Me Dê Um Conselho

Descrição

Me dê um conselho. O pedido é simples, mas tão simples que chega a confundir. Especialmente se for feito por uma caixa branca plantada no meio da rua.

Para o designer Daniel Motta, a esquisitice não foi exatamente um problema. Ao contrário, pode-se dizer que foi um incentivo. Munido da caixa, uma caneta e uma máquina fotográfica, ele saiu por diferentes pontos da cidade de São Paulo para ouvir – mais precisamente, ler – o que as pessoas tinham a dizer.

A intervenção urbana de Daniel se traduz numa espécie de “polaroid urbano sentimental” dos transeuntes das grandes cidades e analisar os recados em sua dimensão tipográfica é um dos aspectos mais intrigantes dessa experiência.

Os conselhos amorosos, por exemplo, são geralmente escritos de forma terna, mas é perturbador notar um certo desespero contido na letra de quem escreve sobre suicídio, assim como é divertido perceber o deboche dos que preferiram desenhar algo, ignorando o pedido por um conselho.

“Em 2005, lancei um livro de ilustrações chamado Poptogramas e fui convidado pelo Metrô de São Paulo para expor o trabalho em algumas estações. Em cada ponto, as pessoas tinham à disposição um caderno para escrever o que bem entendessem. Comecei a visitar os locais quase diariamente para ler o que as pessoas escreviam. Era hilário! E foi por causa do caderno que pensei em fazer algo que não dependesse de nada para despertar essa reação das pessoas. Uma pergunta, um pedido direto que as motivasse a escrever algo. Foi assim que decidi pedir conselhos”, conta o autor

Este livro é uma compilação desses conselhos. Talvez você siga alguns, talvez ache graça em outros ou quem sabe até se emocione, mas uma coisa é certa: você não vai ficar indiferente diante deles.

“Desligue a TV. Abra o livro”